terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tite descarta favoritismo corintiano após eliminação do Chelsea na Europa

Nagoya, Japão - Após o primeiro treino do Corinthians no Japão antes da estreia do Mundial de Clubes da Fifa, o técnico Tite foi o astro do primeiro compromisso corintiano com a entidade desde a chegada da delegação a Nagoya.
E entre as suas análises, o treinador o treinador disse que o Chelsea, eliminado da Liga dos Campeões da Europa nesta semana, continua forte. O motivo é a forma de disputa do Mundial, com apenas dois jogos para ser campeão.
"Se fosse um campeonato de pontos corridos, talvez. Mas são dois jogos. Uma bola em cada jogo pode determinar resultado. E qualidade não falta para nenhum dos times aqui", disse o treinador.
“Eu não acredito que resultados anteriores determinem favoritismo. O que determina são a força da equipe e os 90 minutos da semifinal e da final. A experiência da equipe e a qualidade dos atletas pesam. Nós temos muita consciência disso. Sabemos da nossa força. Não acredito em favoritismo. Acredito em capacidade dos atletas na preparação para o jogo”, analisou Tite.
Atual campeão da Champions League, título que o fez participar do Mundial, o Chelsea fez campanha irregular na fase de grupos da atual edição e, mesmo goleando o Nordsjaelland, da Dinamarca, por 6 a 1, na última quarta-feira, foi eliminado. Já no Campeonato Inglês, os Blues ocupam a terceira colocação, dez pontos atrás do líder, o Manchester United.
Com estreia marcada para o próximo dia 12 de dezembro, o Timão enfrenta o vencedor do jogo entre Sanfrecce Hiroshima, do Japão, e Al-Ahly, do Egito. E, quando indagado sobre estes adversários, o comandante alvinegro se lembrou do Mundial de 2006, quando os egípcios perderam para o Internacional, por 2 a 1, também nas semifinais do torneio.
“Nós sabemos da história do Al-Ahly nesta competição. O jogo contra o Internacional em 2006 foi duro. Eles igualaram o jogo e o Inter só ganhou no fim. É um time que não se abala em jogar dentro ou fora de casa, como fez contra o Espérance”, destacou o comandante, referindo-se ao adversário da Tunísia que o Al-Ahly despachou na fase anterior.
E a equipe de Parque São Jorge conhecerá o seu primeiro adversário no Mundial de Clubes da Fifa neste domingo, quando Sanfrecce e Al-Ahly se enfrentam, também em Toyota, às 8h30 (de Brasília).
As informações são do repórter Bruno Winclker, do IG



Paulinho torce para a temperatura subir na estreia

Volante sabe, por experiência na Polônia, da dificuldade de atuar na neve

Nagoya, no Japão - O sinal de alerta ligado nos corintianos com a possibilidade de neve na estreia do Corinthians, quarta-feira, diante do Al Ahly, do Egito, em Toyota, faz Paulinho torcer fervorosamente para a temperatura subir para não atrapalhar os corintianos na primeira partida do Mundial de Clubes. A experiência de ter atuado na Polônia, em temperatura baixas, faz com que o volante saiba o tamanho da dificuldade atuar com neve em campo.
“Tive uma experiência na Polônia. Eu não gosto muito não. É difícil de atuar. Quando tinha jogo com neve, eles passavam pomada e não adiantava. Nada esquenta”, explicou o camisa 8 do Timão, que passou pelo Łódzki Klub Sportowy, da Polônia, de 2007 até 2008.
Mas caso o tempo não ajude e neve em Toyota, Paulinho sabe, pela experiência, a receita para passar aos seus companheiros que nunca enfrentaram uma temperatura tão baixa em uma partida.
“Tem que se adaptar o mais rápido possível dentro da partida porque se você demora para entrar no jogo fica muito mais difícil”, finalizou.

Bando de Loucos ganha reforço no Japão

Ex-presidente Andrés Sanchez chega ao país para torcer pelo Corinthians no Mundial

Nagoya, no Japão - O 'Bando de Loucos' ganhou um reforço de peso nesta segunda-feira no Japão. O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, desembarcou no país do sol nascente para acompanhar a trajetória do clube na disputa do Mundial de Clubes.
Ex-diretor de Seleções da CBF, Sanchez garante que sua estadia no Japão é exclusivamente para torcer, sem fim políticos.
"Chego como foi nas finais da Libertadores, só como torcedor, de arquibancada. Não passo nem perto do time", disse ao 'SporTV'.
Andrés Sanchez se desligou recentemente da CBF após entrar em rota de colisão do com o presidente José Maria Marin por entender que o técnico Mano Menezes deveria permanecer no comando da Seleção.

As aflições de Paulo André até a disputa do Mundial

Em entrevista ao MARCA BRASIL, zagueiro revela que enfrentou profunda depressão e pensou que sua carreira havia terminado

Paulo André passou por muitas aflições na carreira até chegar ao Mundial de Clubes da Fifa. Por tal, nada lhe causará temor na disputa do torneio no Japão por conta da  bagagem em seu currículo e pelos obstáculos que enfrentou ao longo da vida. A afirmação do experiente defensor saiu, com o olhar marejado e a voz embargada, logo após revelar, em um bate-papo exclusivo com o MARCA BRASIL, uma grande frustração que precisou enfrentar.
  Paulo André soma 89 jogos, com 7 gols, pelo Corinthians. Foto: Reginaldo Castro / Agência O Dia

Em 2006, então com 23 anos, Paulo André passou por uma tremenda depressão e imaginou que sua carreira havia terminado pela seguidas lesões que sofreu. “Tinha certeza em 2006 para 2007 que tinha parado de jogar. Tinha certeza! Sentia-me um aposentado, entrei em depressão. Não conseguia nem subir e descer escadas depois de três cirurgias. Nesses momentos todo mundo desaparece, ninguém te estende a mão. Fiquei com a família. Só que mudei muito enquanto ser humano.  A dor, a dificuldade e a impossibilidade que estava sentindo naquele momento não condiziam com meu histórico", contou. 

Confira a entrevista na íntegra: 

Marca Brasil: No início da carreira imaginava que teria a chance de disputar um Mundial?
Paulo Andre: Quando a gente sai de casa, ainda jovem, a primeira coisa que pensa é se tornar profissional.  Sonha um dia, quem sabe, jogar em algum estádio lotado. As coisas vão acontecendo, às vezes muito devagar nas categorias de base, com receio, muita dúvida pela escolha que foi feita para a vida. No Guarani (atuou no clube de 2003 até 2005), peguei uma fase difícil, em um time que não vinha bem das pernas e o clube não pagava as contas. Surgiram aí ainda mais dúvidas, já no profissional. A partir do Atlético-PR as coisas melhoraram e caminharam legais e acabei indo para a Europa. Mesmo assim ficou aquele sonho e aquela vontade de defender um grande clube e disputar grandes campeonatos no meu país. E a volta do Corinthians foi exatamente isso. Daí até ganhar um Brasileiro e uma Taça Libertadores e jogar um Mundial a distância é inimaginável. Sempre sonhei, mas nunca pensei que fosse conquistar essas coisas. E para mim é a vida. É o momento mais importante da minha vida, o auge dela, sem dúvida. E o meu dia a dia, minha preparação, é exatamente para que eu possa fazer o melhor e para, daqui a 30 anos, olhar para trás e ver que tudo foi válido.
MB: Já é realizado ou falta o título do Mundial para atingir esse sentimento?
PA: Sou mais do que realizado, mas nem por isso deixo de me motivar por algo mais desafiante e novos desafios. Não posso falar que não sou feliz. Conquistei muito mais do que esperava. Agora, como um bom atleta e competidor, cada novo desafio ou campeonato, especialmente o Mundial, acaba mexendo com alguma coisa lá dentro que é ainda mais forte do que essa vontade diária de ser o melhor ou dar o melhor para a minha equipe.
MB: O quanto sua família foi importante nessa sua realização profissional?
PA: No começo da carreira você se sente de orgulho, você se acha o ‘cara’, o que é até normal com 20 anos. Depois, com o tempo, você percebe que nada mudou e as relações humanas são as mesmas. Não é o dinheiro a mais, ou a fama, que mexe com isso. Meu pai e minha mãe sempre me mantiveram com os ‘pés no chão’ e nem me fizeram acreditar que era melhor ou pior que alguém. Agradeço a eles pela oportunidade e por me sustentarem enquanto corria atrás de um sonho. Hoje tenho a satisfação de poder oferecer uma condição melhor e a tranqüilidade de terem um filho bem criado. Isto me enche de orgulho e realização.  
MB:  O fato de seus pais precisarem te deixar com os ‘pés no chão’ é por conta do Paulo André ter cometido muitos erros na carreira e por ter ‘se achado’ demais?
Você precisou se reformular?
PA: Não, sempre fui muito ‘caxias’ (risos). Sempre fui muito dedicado. Na minha fase de formação, por ter algumas limitações, sempre fui o cara que mais treinou e o que dormia cedo para estar bem. Acho até que essa dedicação, com uma grande quantidade de treinos para tentar ser melhor, acabou arrebentando o meu joelho e me prejudicando. Hoje, levo muito mais na boa, ou seja, conheço mais o meu corpo e sei das minhas limitações. Agora é muito mais gostoso jogar futebol. Com 22 ou 23 anos, quando a pressão era grande para construir uma vida financeira, qualquer erro era crucial e podia determinar o meu futuro. Era uma grande pressão.  Hoje jogo por prazer e agradeço a chance de estar no Corinthians todo dia depois de tanto sofrimento.
MB: Quais eram essas suas limitações e deficiências? Pensava que era ruim de bola e não chegaria ao profissional?
PA: Era deficiência física. Eu sou simples e humildade, mas de bola, de qualidade técnica, sempre fui bom. A minha parte física sempre foi um desastre. E não era por falta de treino e sim pela questão genética. Eu tenho 1,90m e correr atrás dessa molecada não era nada fácil (risos). Eu sabia dessas limitações e identifiquei isso muito rápido. Por conta disso, acabei me aperfeiçoando em outros pontos que me ajudaram futuramente para esconder essas minhas deficiências.
MB:  Essa sua deficiência física lhe trouxe sérias lesões. Chegou a imaginar que por causa delas teria sua carreira abreviada ou nem seria jogador profissional?
PA: Tinha certeza em 2006 para 2007 que tinha parado de jogar. Tinha certeza! Sentia-me um aposentado, entrei em depressão. Não conseguia nem subir e descer escadas depois de três cirurgias. Nesses momentos todo mundo desaparece, ninguém te estende a mão. Fiquei com a família. Só que mudei muito enquanto ser humano.  A dor, a dificuldade e a impossibilidade que estava sentindo naquele momento não condiziam com meu histórico. Ou seja, tudo que eu quis, fui atrás, até então tinha conseguido, que era jogar futebol e chegar ao profissional. E tinha pensado: agora é só trabalhar das 7h até as 22h que tudo vai ficar bem. Minha vida era isso: quer, trabalha e consegue. Foi aí comecei a perceber quem nem tudo dependia de mim. Minha cabeça estava, muitas vezes, me atrapalhando.  Aí fui buscar nas relações humanas e nos hobbies um alento. Futebol era minha vida, não que ainda não seja, mas se a minha carreira acabar amanhã tenho um milhão de coisas que sei fazer e me dão prazer. Então, essa dependência do futebol, acabou me levando a uma depressão muito séria. Tanto que a minha defesa atual é mostrar que todos os jogadores precisam ter outras atividades, uma vida normal, para que possam ter opções, porque o futebol é passageiro. Ou melhor: o futebol é efêmero, um dia está bem e no outro está desempregado.  O futebol é um meio e não um fim.
MB:  Como foi essa sua depressão em 2006? Quem te ajudou e como se livrou dela?
PA: Quem me estendeu a mão foi o Atlético-PR (atuou de junho de 2005 até o meio de 2006). Foram três cirurgias no joelho, um ano e meio parado, sem conseguir fazer nada. Montei uma academia na garagem de casa, levei um preparador físico e fisioterapeuta para ajudar na minha recuperação. O time francês (Le Mans) me levou para Suiça, para vários cantos, e nada funcionava ou adiantava para me curar. Aí fui liberado para voltar e fui me tratar no Atlético-PR. A partir desse momento as coisas mudaram e melhoraram. Meu sonho era voltar a correr, chutar e jogar futebol. Pensava: se voltar a correr já está bom. As coisas estavam bem complicadas. Acho que depois daquilo, mesmo que tenha passado pela lesão durante a Taça Libertadores (artroscopia no joelho direito) ou a de que vivi em 2010 (lesão no joelho esquerdo que precisou de seis meses de tratamento), tudo virou fichinha. Hoje estou muito mais preparado para qualquer pancada que a vida vai me dar. E serão muitas ainda (risos).
MB: Já viveu algum momento sem dor como o que vive agora na carreira?
PA: Brincava muito porque falavam que o Ronaldo tinha dor. O coitado na verdade sou eu! Sou um ‘cabeça de bagre’ e tenho muito mais dor que ele. E ele é o Fenômeno. Acho que o último ano que passei sem dor foi em 2005. A partir de 2006 foi só dor, que parou agora, no fim do ano. O pessoal me vê descendo escada ainda hoje e pergunta: ‘Como você joga futebol?’ tenho dificuldade para descer escada, andar em descidas. Hoje, não sinto mais nada em campo. Vai entender isso...
MB: E por tudo que passou, vai ser difícil alguém tirar de você esse título Mundial...
PA: Eu sei e o time sabe a dificuldade que foi chegar até aqui. Por isso, ninguém toma da gente. A gente não vai entregar, de jeito nenhum. Tem que ser muito melhor que a gente, mas muito! Seja em um treino, pelada ou qualquer coisa, ninguém vai entregar. Imagine então em um Mundial...
MB: Antes da eventual final contra o Chelsea, tem a semifinal (ainda com adversário indefinido). Esse jogo, pela pressão emocional depositada em cima de vocês pela responsabilidade de vencer, é o mais difícil da competição?
PA: Eu acho, sim, que o primeiro jogo tem um lado emocional que é mais difícil, porque todo mundo espera que você ganhe. Quando você é muito favorito e tem essa tendência maior de vitória a pressão também aumenta. Ou seja, é um jogo que você tem, de qualquer jeito, passar para a final. A tática da Alemanha é: para ser campeão é preciso chegar até a final. Parece idiota mais é a pura verdade. Então essa vai ser a nossa tática. Esse jogo não é para jogar bem, é para avançar na competição. Depois, com mais tranqüilidade no lugar onde queríamos estar, que é a final, aí é impor nosso ritmo e tudo que sabemos. São jogos muito distintos.
MB: Por fim, dá para dimensionar o tamanho da realização pessoal que será para você caso conquiste o Mundial, depois de tantas dificuldades na carreira?
PA: Nos últimos títulos que conquistei só senti alivio (risos). Acho que vai ser a mesma coisa, porque a pressão é muito grande e o peso é gigantesco. Só vou sentir e ter a noção real do que fiz quando voltar ao Brasil e ver a festa da torcida. No começo é só alívio.   
                             
Paulo André está no Corinthiasn desde julho de 2009 no Timão. Foto: Reginaldo Castro / Agência O Dia
 

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